Queria falar alguma coisa.
Qualquer coisa que pudesse aliviar essa dor.
Queria descobrir qualquer palavra que me ajude a encontrar algum sentido.
Mas me mantenho calada.
Nos momentos mais importantes sempre me faltaram palavras.
Um silêncio profundo me envolveu e junto com ele um vazio.
Um vazio tão profundo que parece um buraco negro no meu peito.
Que suga tudo.
O silêncio me conforta e me faz dormir em sono profundo.
Tudo em mim dorme.
Durmo sem sonhos ou pesadelos.
Tenho medo de acordar e me deparar com a dor que ainda está lá.
A dor que me veste o corpo e maquia a minha face.
Não há comparação que explique minha alma em carne viva.
Meu melhor amigo tem sido o tempo, que tenta me convencer de que algumas coisas vão passar.
Mas tem coisas, que até ele concorda, que marcam a carne e a alma e que nem mesmo ele, o tempo, pode mudar.
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