quinta-feira, 15 de outubro de 2015

E só vai saber pra que serve o tempo
Quem se preocupar quando houver saudade
Às vezes dói, como dói querer não sentir vontade
Hoje a gente vai viver nossa eternidade


Se essa rua fosse minha...

Era uma noite nublada. Decidi ficar ali, no canto escuro de um lugar desconhecido.
Poderia sair lá fora e tentar desvendar os encantos de uma cidade maravilhosa. Mas preferi ficar ali, no indesvendável mundo das minhas ideias.
Ele chegou e eu nem percebi. Quando voltei ao mundo real ele me perguntou se podia tocar alguma música pra mim. Eu respondi que sim. Depois de alguns minutos ele tocou e cantou.
Fiquei surpreendida por ser aquela música. Nem me lembro da última vez que ouvi aquela canção. Lembrei da minha infância,. Lembrei da minha mãe cantando esse lamento triste. Lembrei de quanto eu gostava de ouvir o som da voz dela cantando. Lembrei de seus olhos tristes e de suas mãos amaciando meus cabelos. Senti uma saudade que nem sabia que existia em mim.
Chorei como uma criança perdida, como eu acho que sempre fui. Mas chorei principalmente por ter me dado conta da beleza dessa música e do quanto ela traduz a tristeza que minha sempre carregou, e que agora também é a minha.
Agradeci aquele rapaz por me fazer lembrar de tudo isso, da conexão com minha mãe da conexão comigo mesma. Quando criança eu imaginava como seria um amor assim. Imaginava como era morar em um bosque chamado solidão. Eu cresci e continuei achando bonito essas coisas.
Essas memórias são o melhor de mim, e fico feliz de carregar tantas coisas aqui comigo.

"Se esta rua se esta rua fosse minha
eu mandava eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes
só prá ver só prá ver meu bem passar

Nesta rua nesta rua tem um bosque
que se chama que se chama Solidão
dentro dele dentro dele mora um anjo
que roubou que roubou meu coração

Se eu roubei se eu roubei teu coração
tu roubaste tu roubaste o meu também
se eu roubei se eu roubei teu coração
é porque é porque te quero bem"