domingo, 26 de abril de 2015

Estela

Decidiu caminhar...
Pelo caminho encontrou algumas pessoas
Que lhe perguntaram se estava bem
Ela sabia que era a última chance de pedir ajuda
Mas acabou dizendo que sim, estava bem
Eles acreditaram, como todos
Ninguém nunca foi capaz de olhar no fundo de seus olhos
E perceber a tristeza instalada neles
Porque seu sorriso sempre tão gentil disfarçava bem
Então continuou o caminho
Já não tinha mais expectativas nem planos
O seu lado alegre sempre em duelo com o lado triste e sombrio
Nesta noite encontrou um equilíbrio
Parou de caminhar, chegou onde queria
Já podia sentir alívio
Agora definitivamente podia viajar pelo espaço
Como nos sonhos de infância
Visitando planetas e constelações
Quem viu sua transformação não podia acreditar
Mas Estela agora era a estrela mais brilhante do céu
Decidiu que lá de cima iria guiar os corações angustiados
Decidiu iluminar o caminho daqueles que como ela
Nunca encontraram conforto para  a dor de existir
Ela sempre acreditou na beleza dos tristes e solitários
Estela os guiava sempre para aquele caminho
Onde quem chegava no final podia ver no céu uma estrela
Era Estela, com seu sorriso gentil 
Brilhando para acalmar a dor dos que passavam
Dizendo a eles que não estão sozinhos 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Louco diferente

Não era um louco normal
Daqueles que são comuns
Era um louco diferente 
Se importava com a dor da gente
Diferente dos loucos normais
Porque escolheu ser assim 
E por querer ser um louco diferente enlouqueceu 
Sozinho em sua mente 

terça-feira, 14 de abril de 2015

Sim, ela existiu!

Haviam vários passos marcados na areia
Mas nenhum era dela
Não haviam marcas por onde passou
Porque ela era uma não-pessoa
Existiu sim, mas apenas para alguns
Para aqueles que não tinham lentes nos olhos
Para os que acreditavam no mundo além do mundo
Foi embora muito rápido
Não deu tempo de lhe dizer adeus
Mas deixou saudade
Por onde passou levou o amor que nem ela sabia que tinha
Mas que sabia que o mundo precisava
Então, deixou de lado a dor para distribuir amor
Mas ela perdeu a medida
Doou tudo que tinha, até mesmo a própria vida
E assim se foi
Levada como uma pena branca embalada pelo vento