terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ando meio perdida por essa cidade já tão conhecida
Alguma coisa em mim se apagou
Já não sei mais o que é novidade
Já não sei mais apreciar os carros que  passam
Nem sinto mais o vento
Parece tudo tão velho e conhecido
Que me falta ânimo pra recomeçar.

O filme que eu não assisti


Você foi o amor que eu não vivi
Os sonhos que não realizei
Você foi a expectativa frustrada
A felicidade que não planejei
Você foi o filme que eu roterizei mas nunca executei
Estive sozinha, criando, dirigindo, interpretando e editando
Mas quando dei por mim nunca foi meu
Nem pude chegar no fim
Nossa história nunca será contada em nenhuma tela de cinema
Nossos erros nunca serão assistidos ou lembrados por terceiros
Porque eu te criei só pra mim
E me recuso a dividir o que fomos
Ou o que eu acreditei que seriamos
Você foi o sentimento de ansiedade que antecede um bom filme
e o sentimento de frustração por não conseguir
Você foi o filme que eu não assisti

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Fragmentos

nos últimos dias
não tenho conseguido juntar palavras,
pesamentos nem pontos
para construir um texto inteiro
só o que tenho conseguido são pequenas frases
fragmentos de mim
sou fiel ao que sinto
e não posso escrever um texto completo se em mim tudo está fragmentado
só o que posso fazer é tentar juntar os pedaços do que sobrou de mim
e me reescrever novamente

Ainda não sei o que exite dentro de mim
Acho que você levou tudo
Minhas energias, minha coragem...
E até mesmo minha capacidade de ter raiva
Só ficou em mim a saudade
Sinto tanto, que nem se o que sinto
Só sei que dentro de mim não sobrou espaço
Para ninguém além de você

Estou triste e admito
Não preciso fingir aqui
Queria sentir tudo, raiva, remorso, culpa, alegria...
Menos tristeza
Tenho raiva só de mim
Por ter todos os motivos do mundo pra te odiar
E ainda assim te amar